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Ancião diz que mulher kwanyama com anca grande só podia casar com mais-velhos e ser a terceira ou a quarta

Por: Berlantino Dário

Na cultura Ochikwanyama, uma mulher jovem e que tenha as pernas grossas e joelhos tortos não podia cuidar do gado, senão o pasto morre. E nem sequer podia se casar com um jovem. Trazia azar na vida dele. Se ela quisesse ter marido, só podia se casar com um mais-velho e ser a terceira ou a quarta.

As mulheres com essas características físicas, conta o ancião Carlos Lumileni, também não podiam se aproximar do “elombe”, local onde fica o gado, e nem casar com um jovem solteiro.

“Não quer dizer que elas não podiam se casar. Se casavam sim, mas com homens mais-velhos, que já tenham mais de duas mulheres e são eles que podiam determinar a tarefa desta mulher em casa.”, explica o ancião.

Segundo ainda esta a cultura, ser mulher e ter ancas e pernas grandes, impedia a prosperidade do gado que representa a riqueza do povo Kwanyama. De acordo com a tradição, ela não podia cuidar do gado ou ir ao curral, porque representava um perigo para os animais, e que  o seu foco não é o de tomar conta dos animais.

A história narra também que, refere o ancião, se esta se aproximasse do gado, o gado morria de forma misteriosa, e que também “ela não casa com um jovem, porque dá azar ao moço. “Esta é a razão pela qual as mulheres com pernas grossas e joelhos tortos se casavam apenas com mais-velhos. Mas, só tinha que ser a quarta ou a quinta esposa. Não era descriminação, porque elas mesmas já sabiam e se enquadravam com facilidade”, descreve o ancião.

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