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Economista diz que novo horário só vai melhorar a Função Pública “Se o funcionário gostar de trabalhar”

As opiniões sobre a redução do horário da função pública para sete horas diárias divergem. Alguns consideram que a medida em vigor desde o dia 31 de Agosto só vai aumentar ainda mais a “vaidade” e a “improdutividade” dos funcionários. Enquanto outros, preferem manter-se optimistas, acreditando que algo pode vir a mudar.

O economista Anastácio Domingos entende que a iniciativa poderá, sim, diminuir o degaste físico e psicológico dos trabalhadores, na medida em que tentará extrair dele o máximo do seu potencial no menor tempo possível. Mas, a sua concretização depende muito de factores socioculturais, disciplina e do amor que o funcionário público tem pelo seu trabalho.

Penso que, se houver melhoria na pontualidade, assiduidade, lealdade ao trabalho, honestidade, o bom senso, a capacidade de se realizar as tarefas, o espírito de equipa, criatividade, foco em resultados, melhoria das condições de trabalho, liderança proactiva e disciplinada, os utentes podem esperar melhorias nos serviços, porque é isso que se pretende. Caso não haja esta transformação, será só mais uma lei igual a todas outras que já existem. Sem reflexos na vida do cidadão!

Segundo o economista, os factores que contribuem para a produtividade na empresa são muito mais do que redução de horário, reconhecendo, no entanto, que a diminuição da carga horária, afecta positivamente o trabalhador. O economista cita como exemplo Portugal, que reduziu o horário e tem uma cultura de trabalho diferente da de Angola.

 “A tendência vem sendo esta, visto que se quer preservar o desgaste físico do funcionário e tentar extrair dele o máximo potencial em menos tempo. O facto é que não basta reduzir o tempo de trabalho sem que se melhore outros factores que influenciam no desempenho do funcionário, a fim de gerar resultados desejados”, aconselha.

Também professor, Anastácio Domingos explica que o sucesso desta medida vai depender da cultura de trabalho dos angolanos, da disciplina e do amor ao trabalho, pois, “se delimitarmos um tempo para realizar múltiplas tarefas e um volume de documentos a despachar e estabelecer metas, isso claramente vai despoletar maior produtividade.

O que se deve fazer, prossegue, é estabelecer padrões de qualidade de atendimento como por exemplo <<quanto tempo o utente precisa para ser atendido independentemente da complexidade do serviço e haver uma supervisão rigorosa>>, realça, destacando alguns dos factores que contribuem para a produtividade, que são:

  • A natureza aliciante do trabalho
  • O clima organizacional
  • O reconhecimento profissional
  • Planos de carreira e Desenvolvimento Pessoal
  • Condições de trabalho técnico, tecnológico e administrativo
  • Formação e capacitação profissional
  • Liderança e supervisão pedagógica
  • Remuneração compatível com a função.

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