
Por: JdB
Apesar de a abordagem sobre os laços de consanguinidade na política angolana ainda constituir tabu, é inegável a existência de grau de parentesco entre os membros dos partidos políticos com representações parlamentares, pois, a maioria dos elementos que integram estas formações políticas veio de movimentos de libertação contra a subjugação colonial.
Não há um equilíbrio em termos de número. Uns congregam mais membros da mesma linhagem, enquanto outros nem tanto. O que pode levantar a velha questão sobre o mérito para, e sobretudo, na ascensão ao cargo de deputado.
A lista de deputados que entrou e saiu das eleições gerais de 24 de Agosto último revela algumas curiosidades quanto aos novos inquilinos à Assembleia Nacional. Na sua candidatura às Eleições Gerais este ano a UNITA, por exemplo, inscreveu Rafael Massanga Sakaita Savimbi (24), Araújo Kacyke Pena (69), Esteves Betela Pena (102), Luana Nginga da Costa Sakaita Savimbi (103), e Maria da Costa Pena (127). Os três últimos não chegaram a ser eleitos.
A lista de candidatos a deputados da UNITA prossegue com Adriano Abel Sapinala (1, em Benguela), e Helena Bonguela Abel (7), Francisco Meneses Marcolino Nhany e Ariane Rebeca Nhany (26), esta última a deputada mais nova desta legislatura.
Sublinhe-se, no entanto, que a existência de elementos com laços consanguíneos na política angolana não é de hoje, basta olhar para de onde e como surgiram as formações políticas. Por isso, não se levanta aqui o problema da Ética na política nacional. Apenas pequenas curiosidades sobre “quem faz a nossa política”.
Na lista de deputados da família política do MPLA não é diferente. Roberto Victor Francisco de Almeida, Djamila de Almeida Prata e Adão de Almeida, por exemplo, estão ligados por laços de consanguinidade. A lista continua com Ana Dias Lourenço com o ex-Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, que, apesar de ter sido eleito, fontes revelaram, esta semana, que preferiu deixar o lugar.