OPINIÃOSOCIEDADE

Se não fosse Aline Frazão a dizer aquilo, não haveria tanto ‘alarido’!

Por: JdB (opinião)

As afirmações da cantora Aline Frazão hoje, na sua rede social do Twitter, mostram, mais uma vez, que a juventude angolana clama por um modelo para lhe servir de referência.

Não há menor dúvida de que muitos jovens em bairros críticos de Luanda, e não só, conseguiram contrapor o sistema de classe imposto, usando o seu talento. Sendo uma música que nasceu no musseque para expressar as vivências dos musseques, o Kuduro acabou por encontrar mais espaço, penetrando o “asfalto” e originando, deste modo, ‘figuras de referênciaspara os jovens.

Apercebendo-se do poder que tem o estilo, os meios de comunicação social, com ajuda do self media, ajudou a tornar seus fazedores figuras e ‘modelos’ da e para a juventude angolana. O que levanta várias curiosidades sobre os requisitos para se ser uma referência.

Como consequência disso, a sociedade ficou dividida. Há uns que vêem nestas figuras a “vitória do gueto” sobre a ‘classe elitista’ enquanto outros criticam e consideram que isto é “falta de referências para os jovens”, basta olhar para a forma como a cantora Aline Frazão está a ser “enxovalhada” pelas redes sociais, por ter assemelhado este assunto a um “orfanato” e considerado que “somos órfãos em «termos de figura» de referência”.

Acontece, porém, que Aline Frazão não foi a única figura pública a se posicionar desta maneira. O rapper Flagelo Urbano foi mais contundente nas suas críticas sobre este tipo de “endeusamento” e o pan-africanista Isidro Fortunato, que sempre se mostrou contra o Kuduro e seus fazedores, não pára de lançar, nas suas redes sociais, seus posicionamentos.

Aqui, levanta-se uma outra discussão, sobre por que razão só o posicionamento de Aline está a provocar mais alarido. Talvez seja apenas “efeito boomerang”. Mas, o certo é que é urgente a criação ou divulgação de referência para a juventude no país.

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